sexta-feira, 19 de julho de 2013

SIST. GI BAIXO - RETO E CANAL ANAL


O reto estende-se a partir do cólon sigmóide até o ânus. O reto inicia­-se ao nível de S3 (terceiro segmento sacral) e tem aproximadamente 4 1/2 polegadas (12 cm) de comprimento. A porção distal do intestino grosso (últimos 2,5 a 4,0 cm) é uma constrição que forma o canal anal. Esse canal termina numa abertura para o exterior denominada ânus. O reto segue intimamente a curva sacrococcígea, como demonstrado na visão lateral da Fig. 15.10.

A ampola retaI é uma porção dilatada do reto localizada anterior­mente ao cóccix. A direção inicial do reto, ao longo do sacro, é descendente e posterior; todavia, na região da ampola retal, a direção modifica­sse para descendente e anterior. A segunda modificação abrupta ocorre na região do canal anal, que se torna descendente e posterior. Por essa razão, o reto apresenta-se com duas curvas ântero-posteriores. Esse fato precisa ser lembrado quando um tubo retaI para enema é inserido no trato GI inferior pelo radiologista para o procedimento de clister opa­co. Lesões graves podem ocorrer se o tubo para enema for incorreta­mente forçado para dentro do ânus e canal anal num ângulo imperfeito.



INTESTINO GROSSO VERSUS DELGADO 
 
Três características prontamente diferenciam o intestino grosso do delgado. 
Primeiro, o diâmetro interno do intestino grosso é normalmente maior que o do intestino delgado.

Segundo, a porção muscular da parede intestinal contém três bandas externas de fibras musculares longitudinais do intestino grosso para formar as três bandas musculares denominadas tênias do cólon, que tendem a puxar o intestino para a formação de bolsas. Cada uma dessas bolsas, ou saculações, é denominada haustro. Por isso, uma segunda identificação primária característica do intestino grosso é a presença de múltiplos haustros.  
Essa característica é demonstrada pelo alargamento no desenho ampliado do intestino grosso na Fig. 15.11.
A terceira diferenciação é a posição relativa dessas duas estruturas. O intestino grosso estende-se em torno da periferia da cavidade ab­dominal, enquanto o intestino delgado é mais centralmente localizado.

LOCALIZAÇÕES RELATIVAS DO AR E DO BÁRIO NO INTESTINO GROSSO


Os desenhos simplificados na Fig. 15.12 representam o intestino grosso nos decúbitos dorsal e ventral. Se o intestino grosso contém tanto ar quanto sulfato de bário, o ar tende a ascender e o bário a descer, em razão da gravidade. O deslocamento e a localização final do ar são mostrados em preto e do bário, em branco. Quando a pessoa está em decúbito dorsal, o ar ascende e preenche todas as estruturas mais anteriores que são o cólon transverso e as alças do sigmóide. O bário desce para preencher primariamente as porções ascendente e descendente do cólon sigmóide. Quando o paciente está em decúbito ventral, o ar e o bário trocam de posição.
O desenho da direita ilustra o decúbito ventral; consequentemente, o ar subiu para preencher o reto, cólon ascendente e descendente. 
O reconhecimento dessas relações espaciais é importante durante a fluoroscopia e durante a radiografia quando é realizado o enema baritado. 





 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

SIST. GI BAIXO - INTESTINO GROSSO

Intestino Grosso
O intestino grosso começa no quadrante inferior direito imediatamente lateral à válvula ileocecal, e é constituído de quatro grandes partes: ceco, cólon, reto e canal anal (ver Fig. 15.7).
O segmento terminal do intestino grosso é o reto, cuja porção distal contém o canal anal, que termina no ânus.

CÓLON VERSUS INTESTINO GROSSO
Intestino grosso e cólon NÃO são sinônimos. O cólon consiste em quatro partes e duas flexuras e não inclui o ceco e o reto. As quatro partes do cólon são: (1) cólon ascendente, (2) cólon transverso, (3) cólon descendente e (4) cólon sigmóide. As flexuras cólicas direita (hepática) e esquerda (esplênica) são, dessa forma, incluídas como parte do cólon.
O cólon transverso tem uma ampla faixa de movimentação e normalmente suas alças são mais baixas do que se vê na ilustração.

CECO

Na extremidade proximal do intestino grosso existe o ceco, um grande fundo cego localizado inferiormente à válvula ileocecal. O apêndice (apêndice vermiforme encontra-se ligado ao ceco. O aspecto interno do ceco e íleo terminal é mostrado na Fig. 15.8. A porção mais distal do intestino delgado, o íleo, articula-se ao ceco na válvula ileocecal, que consiste em dois lábios que se estendem para dentro do intestino grosso.
A válvula ileocecal atua como um esfíncter que previne o conteúdo ileal de progredir rapidamente para dentro do ceco. Uma função secundária dessa válvula seria a
prevenção do refluxo, ou um fluxo retrógrado de conteúdos do intestino grosso de volta ao compartimento ileal. Essa válvula desempenha um papel apenas satisfatório de prevenir o refluxo, visto que algum bário sempre consegue refluir para o íleo terminal quando se realiza um enema baritado. O ceco é a porção mais larga do intestino grosso e é razoavelmente livre para mover-se no quadrante inferior direito.
 
Apêndice: O apêndice, ou apêndice vermiforme, é um tubo longo (2 a 20 cm), estreito, que se estende a partir do ceco. O termo vermiforme, de fato, reflete sua aparência. O apêndice está, em geral, ligado à face póstero-medial do ceco e comumente estende-se em direção à pelve. Todavia, pode localizar-se posteriormente ao ceco. Em razão de apresentar um fundo cego, os agentes infecciosos podem penetrar no apêndice, que é incapaz de esvaziar-se, o que resulta em apendicite. O apêndice inflamado pode exigir remoção cirúrgica (apendicectomia) antes que a estrutura acometida se rompa e cause peritonite. A apendicite aguda é responsável por aproximadamente 50% das cirurgias ab­dominais de emergência e é de 1 a 1,5 vez mais comum em homens do que em mulheres.
Ocasionalmente, material fecal ou sulfato de bário de um estudo radiológico do trato GI pode preencher o apêndice e nele permanecer indefinidamente.

O INTESTINO GROSSO BARITADO

Um enema baritado é mostrado na Fig. 15.9, que exibe um apêndice preenchido por bário; as quatro partes do cólon - ascendente, trans­verso, descendente sigmóide; as flexuras - cólica direita (hepática) e cólica esquerda (esplênica).
As três partes remanescentes do intestino grosso são igualmente demonstradas o ceco, o reto e o canal anal. Como se vê na radiografia, essas diversas partes não estão nitidamente dispostas ao longo da periferia do abdome como demonstrado nas ilustrações. Ao contrário, elas exibem ampla variação de localização de estruturas específicas e tamanhos relativos das diversas porções do intestino grosso, dependendo do biotipo e do conteúdo intestinal.

 

sexta-feira, 12 de julho de 2013

SIST. GI BAIXO - INTESTINO DELGADO

Intestino Delgado
Iniciando-se na válvula pilórica do estômago, as três partes constituintes do intestino delgado são, em ordem, duodeno, jejuno e íleo.
Demonstra-se a localização das três partes do intestino delgado em relação aos quatro quadrantes da cavidade abdominal.
 
A. DUODENO (QSD E QSE)
O duodeno é a primeira parte do intestino delgado, como estudado em detalhes no Cap. 14, e é a menor, mais larga e mais fixa porção do intestino delgado. É primariamente localizada no quadrante superior direi­to (QSD).
Estende-se também ao quadrante superior esquerdo (QSE), onde se articula ao jejuno num ponto denominado flexura duodeno jejunal.
 
B. JEJUNO (QSE E QIE)
O jejuno é localizado primariamente à esquerda da linha mediana nos quadrantes superior esquerdo e inferior esquerdo (QSE e QIE), perfazendo em torno de dois quintos do intestino delgado.
jejuno inicia-se na junção duodeno jejunal ligeiramente à esquerda da linha média no quadrante superior esquerdo
(embaixo do cólon transverso, como demonstrado no desenho da Fig. 15.4). Essa localização relativamente fixa do intestino delgado é um ponto de referência em alguns estudos radiográficos.
 
C. ílEO (QID E QIE)
O íleo está localizado principalmente nos quadrantes superior direito e inferior direito e esquerdo (QSD, QID e QIE). O íleo perfaz aproximada­mente três quintos do intestino delgado, sendo, por conseguinte, sua porção mais longa.
O íleo terminal conecta-se ao intestino grosso na válvula ileocecal, localizada
no quadrante inferior direito, como demonstrado na Fig. 15.4.

DIFERENÇAS SECCIONAIS

As várias seções do intestino delgado podem ser demonstradas
radio­graficamente tanto por sua localização quanto por sua aparência.
A forma em C do duodeno é razoavelmente fixada na porção imediata­mente
distal ao estômago e reconhecida com facilidade nas radiografias. A mucosa,
a segunda e terceira porções (descendente e horizontal) do duodeno é
formada por pregas circulares contendo numerosas formações digitiformes
denominadas vilosidades, que resultam numa aparência "emplumada"
quando preenchidas com bário.

Jejuno: As pregas circulares do duodeno distal são igualmente encontradas
no jejuno. Embora as pregas circulares emplumadas não terminem abruptamente,
o íleo tende a não exibir esse aspecto. Essa diferença na aparência entre o
jejuno e o íleo pode ser vista na radiografia baritada do intestino delgado
demonstrada na Fig. 15.5.

Íleo: A mucosa do íleo aparece na radiografia com um aspecto liso, com
poucas indentações, e, por isso, menos emplumada.
Outra diferença entre as três porções do intestino delgado é que o diâmetro
interno se torna progressivamente menor a partir do duodeno até o íleo.

TC Axial: Uma tomografia computadorizada (Tc) axial através da segunda
porção do duodeno é demonstrada na Fig. 15.6. Essa imagem mostra as
posições relativas do estômago e duodeno com a cabeça do pâncreas.
Um segmento do jejuno é observado no corte axial à esquerda do paciente,
ao longo de uma alça do cólon.


SIST. GI BAIXO - ANATOMIA RADIOGRÁFICA


Sistema Digestivo
As primeiras cinco partes do trato gastrintestinal (passando pelo estômago e a primeira porção do intestino delgado, o duodeno) foram descritas no capítulo anterior.
Este capítulo estuda o sistema digestivo além do estômago, começando como intestino delgado. Se todo o intestino delgado fosse re­tirado do corpo à necropsia,
separado de suas ligações mesentéricas, desenrolado e esticado, teria em média 7 metros (ou 23 pés) de comprimento. Durante a vida, na vigência de um
bom tônus muscular, o comprimento real do intestino delgado é menor, medindo entre 4,5 e 5,5 metros ou de 
15 a 18 pés de comprimento. Entretanto, existem
grandes variações individuais. Em um estudo de 100 necropsias, o comprimento do intestino delgado variou de 4,5 a cerca de 10 metros (15 a 31 pés).
Seu diâmetro varia de 1,5 polegada (3,8 cm) na face proximal até em torno de 1 polegada (2,5 cm) na extremidade distal.
O intestino grosso começa na altura do quadrante inferior direito próximo à sua conexão ao intestino delgado. O intestino grosso estende-se ao longo de toda a periferia da cavidade abdominal
e termina no ânus. O intestino grosso tem cerca de 1,5 m ou 5 pés de comprimento e aproximadamente 6 cm ou 2,5 polegadas de diâmetro.

PROCEDIMENTOS RADIOGRÁFICOS COMUNS
Dois procedimentos radiográficos comuns envolvendo o sistema gastrintestinal inferior são apresentados neste capítulo. Ambos utilizam contraste.

Seriografia do Intestino Delgado - Trânsito de Delgado - Estudo do Intestino Delgado

O exame radiográfico específico do intestino delgado é denominado seriografia do intestino delgado, ou trânsito de delgado. Esse exame é frequentemente combinado ao trânsito GI superior e sob tais condições pode ser chamado de seriografia do intestino delgado. Demonstra-se uma radiografia baritada do intestino delgado na Fig. 15.2.

Enema Baritado (Clister Opaco) - Estudo do Intestino Grosso
O procedimento radiográfico destinado ao estudo do intestino grosso é mais
comumente designado como enema baritado. Uma denominação al­ternativa
é clister opaco. A Fig. 15.3 demonstra o intestino grosso ou cólon preenchido
com uma combinação de ar e bário, num procedimento referido como enema
baritado de duplo contraste.